Naquela Manhã

Ela passou orgulhosa, cheia de vida,

Meus olhos, encantados, se prendiam

Porém, em meu coração, a ferida

Do desprezo que seus gestos continham.

Segui pelas ruas, caminhando à toa,

Naquela manhã serena, pela avenida,

Seu perfume ainda em minha memória ecoa,

Sem um adeus, a despedida foi perdida.

Contemplando-a dobrar a esquina distante,

Minha mente se enche de intriga e pesar,

Um silêncio cortante, ausência devastante.

Na rapariga, meus pensamentos a vagar,

Por que em meu caminho cruzou tal instante,

Desvendando a vida de forma a me intrigar.