Vida
De fato, abandonei a poesia;
Deixei-a, como disse, lá pra trás.
A vida, sempre em frente, tão fugaz,
Não deixa margem para a alegoria.
Contudo, enquanto frágil ser humano,
Por vezes a ansiedade é muito forte...
Então, tento pinçar algum recorte
De coisas que notei no cotidiano.
Espanta, por exemplo, a impotência,
Perante a lei do tempo e da existência,
Que impõe poucos natais a todos nós.
Por que reflito nisso? É elementar,
Que serve tanto ter para mostrar,
Se a vida passa como um trem veloz?!