PRAZERES
PRAZERES
Súbitos subterfúgios a mim ocorrem
Face à tua impassível compostura:
— Talvez, se eu te lembrasse com ternura
Quão breve as rosas murcham e após morrem...
— Que as areias do Tempo logo escorrem
Céleres na ampulheta que o figura...
— Ou damas de afamada formosura,
Cujas nomes em lápides já borrem!...
— E, por fim, se uma chama em nós se apaga,
Um outro ardor no peito logo abunda,
Cicatrizando ao amante a sua chaga!
Mas, tu que de prazeres és fecunda,
Não deixes passar a época propícia...
Desperte o teu calor minha carícia!
Betim - 12 12 2010