Na calada da noite feito um ladrão

Calada da noite, feito um ladrão

Roubo em nome do anseio desregrado

O que me é oferecido de bom grado

Sem saber se e quantos mais haverão

Tão fácil perder-se e perder a mão

E isso que era bom torna-se malgrado

Profano o que deveria ser sagrado

E o batizado torna-se pagão

Perco-me nestas curvas conhecidas

O freio falha sinuosas descidas

A nossa pequena morte é tão cara

Não sei, são inconsequências desmedidas

Se voltarei depois das despedidas

Roubar e macular tua joia rara