Saudade celeste
Que o Sol ande clareando as furnas, que o Sol ande
Nos ímpios corações brandindo a excelsa clava!
Eu para quem na terra o que esplende e se expande,
De Deus vem, hei de crer que sempre a Deus amava.
Que a eterna e doce voz me mande e me comande!
Hei de chegar ao campo onde Satã guerreava...
Brote da tuba de oiro eóleo som rude e grande,
Como saem dos vulcões catadupas de lavas.
Ascendendo da crença à iluminada de escarpa,
Farei ouvir o hinário imáculo desta harpa
Que entre lamentações e estertôres eu tanjo...
E hei de poder, feliz! no mais alto dos astros,
Abandonar o mundo onde se anda de rastros,
Para ajoelhar-me aos pés ebúrneos de algum Anjo...