Saudade celeste

Que o Sol ande clareando as furnas, que o Sol ande

Nos ímpios corações brandindo a excelsa clava!

Eu para quem na terra o que esplende e se expande,

De Deus vem, hei de crer que sempre a Deus amava.

Que a eterna e doce voz me mande e me comande!

Hei de chegar ao campo onde Satã guerreava...

Brote da tuba de oiro eóleo som rude e grande,

Como saem dos vulcões catadupas de lavas.

Ascendendo da crença à iluminada de escarpa,

Farei ouvir o hinário imáculo desta harpa

Que entre lamentações e estertôres eu tanjo...

E hei de poder, feliz! no mais alto dos astros,

Abandonar o mundo onde se anda de rastros,

Para ajoelhar-me aos pés ebúrneos de algum Anjo...

ROGERIO WANDERLEY GUASTI
Enviado por ROGERIO WANDERLEY GUASTI em 16/07/2023
Código do texto: T7837957
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