Uma simples poesia
Seis lustros de existir, velha roupagem,
mais um quinto de lustro neste dia;
vou tentar fazer simples poesia,
um soneto que diga qualquer bobagem.
Que tenha rima pobre como fazem
os passarinhos que cantam nostalgia
numa gaiola e afinam na melodia;
aquela velha rima que os anos trazem.
Evoco a Musa, sei que está por perto;
clamo, grito e é como falar com o vento;
mas ela no meu peito desconhecer-me afeta.
Com esta idade, devia ser mais esperto,
mas quanto mais me consome o tempo
mais longe de mim fica o Poeta.