Uma simples poesia

Seis lustros de existir, velha roupagem,

mais um quinto de lustro neste dia;

vou tentar fazer simples poesia,

um soneto que diga qualquer bobagem.

Que tenha rima pobre como fazem

os passarinhos que cantam nostalgia

numa gaiola e afinam na melodia;

aquela velha rima que os anos trazem.

Evoco a Musa, sei que está por perto;

clamo, grito e é como falar com o vento;

mas ela no meu peito desconhecer-me afeta.

Com esta idade, devia ser mais esperto,

mas quanto mais me consome o tempo

mais longe de mim fica o Poeta.

Chaplin
Enviado por Chaplin em 18/12/2007
Código do texto: T783790