O Sono do Pobre
Num triste quadro observo a desventura,
Do pobre que, na vida, só faz piorar.
Não busca o estudo, nem se arma de cultura,
E pensa que na riqueza está a prosperar.
Em desespero, traz ao mundo mais crianças,
Sem ter as condições de lhes proporcionar.
E cegamente segue as desfeitas andanças,
Num ciclo vicioso sem aprender a parar.
Consumidor alienado segue seu caminho,
Rotulando-se de vítima, sem discernir,
Entre alimentos ruins e um organismo doente.
Busca no vício solução para seu espinho,
E nas desculpas para justificar seu agir,
Coloca a culpa em outros, negligente.