NUNCA AMEI...
Pela lágrima retida na força do orgulho,
Por todos os sorrisos que eu disfarcei,
Por entrar na tua vida, rio e mergulho,
E por todas as manias tuas que relevei.
Juro não fazer da saudade um entulho,
Das rimas e dos rabiscos que guardei,
Nem mesmo deste silêncio o barulho,
Que disto tudo nunca mais te acusarei.
Manterei o riso tolo, tímido no casulo,
Como se sorrir fosse um gesto absurdo,
E daquela lágrima retida não te lembrarei.
Escreverei os versos do jeito mais chulo,
Como se poesia fosse um ato esdrúxulo,
Para mentir em dizer que nunca amei.