NU
NU
Nu, diante dos versos da poesia
Nu, no cálice cheio de vinagre.
Nu, diante da face do milagre,
Nu, em dia de chuva de estesia.
Nu, diante do espelho ardil, convexo
Nu, diante da sombra que se assenta.
Nu, diante do sangue da placenta,
Nu, diante do meu próprio reflexo.
Nu, nas palavras gélidas em brasas
Nu, na face viral da finitude,
Nu, na minha delével concretude.
Nu, na saudade bígama sem asas
Nu, diante da rosa da virtude,
Nu, no grafismo pleno da atitude.
HelioJSilva 16/06/2023