Fazer o que se não presto pra nada?

Fazer o que se não presto pra nada?

Meu corpo é errante, mas meu peito é inerte...

Quem vive a dormir não há quem desperte,

Pra que acordar, se inda é madrugada?

Minha algibeira vive sempre aberta,

Guardando qualquer coisa distraída,

Não busco nada, a minha porca vida

Já se contenta com qualquer oferta!

Tenho o prazer qual fosse minha sina,

Nele tenho fingido meus amores,

Nele estive profundamente triste!

Meu suspiro se some na neblina...

Hedonista, lá eu corro aos olores:

Ópio, mulher, qualquer droga que existe...