RASTRO DE AMARGURA
Vagueio sobre as cinzas de um castelo
que conheceu, do amor, a intemperança
e quanto mais divago, mais flagelo
o sonhador que em mágoa e fel se lança.
A lua, solidária neste anelo,
abraça o pranto, escorre e, na lembrança,
fulgura quando, lânguido, revelo
aquele rosto, a imagem me balança...
Um rastro de amargura suplicia
o coração carente da alegria
de ter afagos tantos e agasalho.
Agora, o desamparo me acompanha,
a solidão no quarto é bruta, estranha,
portanto, do clamor febril me valho...