O MAR
O mar, com soberana majestade,
Impõe-nos a vontade que lhe emana
Com toda intensidade e não engana
A solidez tirana da maldade.
Com sua veterana autoridade,
Despreza a sociedade leviana,
Pois a salubridade é sua gana,
Não há ação insana que lhe agrade.
Esconde em seus rochedos um rosário,
Pois, mesmo autoritário, tem seus medos,
Encontra em nossos dedos seu calvário.
Espelho refratário de degredos,
Sepulcro de penedos, santuário,
O mar é relicário de segredos!