Aos 43, na madrugada

(Como diria o filósofo: "Mate o veio, mate o veio...").

 

Minha barriga está enorme e dilatada.

Os braços doem por causa da digitação.

Já desconfio que meus rins não estão em plena ação.

É isso - e muito mais - que me acorda de madrugada.

 

Será que morrerei esta noite ou amanhã?

Por que demorei tanto para o entendimento

de que devo viver feliz em cada vão momento?
Minhas pernas nem de perto me parecem sãs,

 

como a minha mente: fico a ruminando,

estou sempre descontente, Deus... Até quando

sonharei que já morri e acabou-se tudo?

Não faço o que preciso, por isso é que a mente

a mim tortura tanto, pois tem, na dor, presente

e assim renova-se o ciclo, em que sofro mudo.

(O desenho à direita foi feito com o auxílio do aplicativo @LyrebirdStudio Art Filter, a partir de uma foto minha tirada por meu irmão Marco Anderson).