CHAMA VIVA
Por entre mil caminhos, segue errante,
a fria carne a quem anima a chama.
Sedenta por achar-se, cala, clama
ao medo de perder-se a todo instante.
Piramidal transcende, arde, inflama
além do instinto cego e, delirante,
se pode mais sonhar, ir adiante,
crepita na clausura de sua cama...
Num frêmito, provoca a luz basal.
Destino ao paraíso, serpenteia...
na boca, um riso além do bem, do mal.
Sua fúria vaga e acende, aonde for,
a liberdade azul na fulva teia,
paixão que é lenha e sopro que é o amor.