Penso
Pensa minha cabeça está de pensar,
de remoer, de revolver e de ruminar.
Penso estou das culpas e dos fardos
esburacado tal qual tábua de dardos.
Como pude deixar-me levar aos erros
afundar como navio de muitos lastros
perder-me na ilusão da contemplação
deixar-me flagelar por uma fornicação?
Ando penso; fora do centro de gravidade.
Tropeço, errante, na própria imbecilidade
que já me fora tão de vantagem; preciosa,
mas que o tempo soube fazer perniciosa
com desencontros e com amores pútridos
entregou-me velhos sais de banho fétidos.