Soneto ao Poeta -

Nas veias do poeta inspirado corre vinho e veneno,

raios de sol, água pura, mistérios do oceano,

ternura, sonhos dourados, olhar puro e leviano,

ele verseja num tom e diz que não quer, querendo

Devanear, bem sabemos, é próprio de quem poema,

é obra de garimpeiro, de escultor com cinzel,

de escritor tarimbado que viu Torre de Babel,

de Pierrot apaixonado, do casal Páris e Helena

Mas só ao poeta é dado admirar o orvalho,

namorar o brilho da lua, ouvir atento as estrelas

conhecer muitas mulheres e a um só tempo quere-las

Sempre alheio ao que o cerca, é eterno sonhador

enfrenta de perto a morte, não tem medo da dor

se mil vidas ele tivesse gostaria de vivê-las

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 18/12/2007
Reeditado em 06/09/2021
Código do texto: T783188
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