Tempo para mim
Surgiram tormentas; estou turbilhão.
Vem-me a vertigem; há sofreguidão.
Tudo desabou; sinto-me escombros;
queria apenas poder dar de ombros.
Tragédias pessoais, a quem importam?
Palavras e gestos tão pouco confortam.
Fruir o sofrimento lentamente no tempo
para mágoas serem levadas pelo vento.
Recolher a mim é do que agora preciso.
Ando amargo, azedo, prostrado, indeciso
tentando recuperar meu estado indiviso.
Talvez eu esteja mais perto do meu fim;
buscar sossego naquela torre de marfim.
Por ora, dedicarei meu tempo para mim.