A Crueldade da Fome
A fome, cruel tormento que dilacera,
Faz o homem perder toda a dignidade,
E o leva a comer qualquer coisa, sem piedade,
Numa ânsia voraz que nada reverbera.
A miséria, qual sombra que desespera,
Impõe ao corpo a sua crueldade,
E a alma, em desalento, clama por piedade,
Enquanto a fome, implacável, se acelera.
Mas, mesmo em meio a tanta adversidade,
Ainda há quem lute contra essa maldição,
Buscando na esperança a sua salvação.
E assim, a qualquer governante, eu digo,
Que a fome, embora cause dor e aflição na cidade,
Não pode roubar a dignidade do mendigo.