Adoraria que por esta minha vida afora,
Esta memória permanecesse conservada,
Exatamente como estou te vendo agora,
Transpirando, ofegante, fluída, relaxada...
Como odeio a claridade que está vindo,
E essa luz que no quarto está entrando;
Pois ao invés de estarmos nos vestindo,
Mais uma vez deveríamos estar amando.
E eu só queria me extinguir no teu suor,
E que extintos, nossa história sobreviva,
Nesta síncope que consagra nosso amor.
Assim nós seríamos como Eros e Psiquê;
Anjos andróginos que uma deusa lasciva,
Gestaria com os fluídos do nosso prazer.