O Ébrio
O aroma floral do vinho escuro,
É como teu perfume a me buscar,
Por ele sigo e nele te procuro,
Em cada taça, um gole a degustar.
E o que resta na mesa silenciosa,
É a tristeza e a taça de vinho cheia,
Da tua lembrança, calma e amorosa,
Junto ao vício da vontade alheia.
Ofereço o amor perdido, ao tinto,
Espectro rubro de minha fraqueza,
Pois, no momento, tudo que eu sinto,
É uma mesa já disforme, dançando,
E tudo que me resta é a certeza,
Do teu amor ausente me embriagando.