FÁRMACO

Às vezes percebo-me a alma enferma

Embora corpo e órgãos estejam sadios...

Não sei o que me causa tais desvarios,

Pois minha saúde não me dá celeuma.

Vivo a confabular discreto com o íntimo:

O que ocorre dentro de ti todo o tempo?

Sinto-me desleixado perante meu senso

E as palavras não identificam o psíquico.

A sensibilidade conota sinais duma arte

Donde busco compreender sem o alarde

As peripécias que a imaginação fantasia...

Ah! Agora eu entendo o que se me passa,

Trata-se de uma doença incólume e rara...

Remédio que ataca os poetas: é a poesia!

DE IVAN DE OLIVEIRA MELO

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 28/06/2023
Código do texto: T7824660
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