CONTEMPORANEIDADE
Eu adoro a sua face, pois, a única que eu conheço
Desde quando eu nem andava, nem as cores conhecia
Não prestava atenção aos medos, apegos e adereços
A infância abandonava o berço, adolescência nascia
Na longa jornada, o sonho, crescia com os tropeços
E cada amor que chegava, ficava ou logo partia
Deixava no peito as cores, as quedas e os recomeços
Como fosse noite e dia, daquilo que em mim havia
O mundo cunhou lado a lado: verdade e veleidade
A moeda com duas faces: justiça e iniquidade
Pregou que o bom vem depois, virou nossa fé pelo avesso
Pintou a vida do outro lado, sem dor, pobreza ou maldade
Um reino de paz e amor, um sonho de felicidade
Mas, contemporaneidade é a vida que conheço
Wilson Paulo Magalhães
11.04.2023