FUGAZ

Como posso acreditar nas nuvens

Se ainda agora, ao passar por mim

Um carneiro de chifres avantajados

Vestiu de branco a flor de carmim?

Como posso acreditar no sonho

Se ainda agora eu dormia contente

Mas num fugaz piscar de olhos

Acordou e fugiu sorrateiramente?

Fugindo das incontestes verdades

Criadas pelo fascínio humano

Para contemplar figuras etéreas

Imerso em devaneios risonhos

Mergulhando na felicidade

Que é feita de nuvens e sonhos