Horas mortas

Cantava a madrugada, em horas mortas,

A noite sob a luz da lua nova,

E a brisa, feito a fria e muda cova,

Vertia um ar disperso pelas portas.

De abismo se fazia o céu, de agouro,

Como a cidade, em treva, se fazia,

Enquanto aquela estranha cantoria

Toava em passo lento e duradouro.

Nas ruas e avenidas principais,

Nos bairros, nos subúrbios, nos canais,

Cantava, a madrugada, o som do Além.

Nas horas mortas, místicas, sagradas,

Uni meu coração nas entoadas,

E comunguei, orei, cantei também!

Daniel Guilherme de Freitas
Enviado por Daniel Guilherme de Freitas em 18/06/2023
Código do texto: T7816862
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.