À LUZ DE LAMPARINA

À LUZ DE LAMPARINA

Luz, de fio a pavio, à escrivaninha,

Enquanto a pena corre no papel,

Aquela débil chama, cujo cordel

Queimando lentamente cada linha.

Na noite mais escura e mais sozinha,

Tinha a mente febril; peito em tropel…

Escreve — sem patrão e sem troféu —

Rimas tantas quantas lhe convinha.

Arde no seu olhar a mesma luz,

Que pela escuridão a mão conduz,

N’essa ânsia de traçar letra após letra.

De sorte que ilumina o mundo inteiro

Tal luminar à guisa de candeeiro,

Quando a escrita com arte mais penetra.

Betim - 18 06 2023