A SOLIDÃO DO NAVEGANTE
A vida, um oceano sempre exposto
à zanga de uma indômita procela,
exige algumas vezes a cautela
e tantas outras destemor no rosto.
Quando a intempérie surge e me flagela,
trazendo névoas de aflitivo gosto,
é sedutora a luz do rumo oposto
que leva ao porto livre de mazela.
Seguir em frente, mesmo que o calvário
pareça infindo nesta singradura,
é decisão que doma todo algoz.
Na calmaria, langue e solitário,
rejeito aquele que só me procura
depois de ver o quanto fui feroz...