PRELÚDIO
Pela janela o olhar num céu distante;
Brancas nuvens correm na contramão
Dos pensamentos, noutra direção;
Goza da paz minh'alma nesse instante !
Pensamento vaza em ebulição
Segue para a linha do horizonte;
Penso em um Deus da vida como fonte
E em ti que fugiste em aluvião.
Como é doce sentir na dupla face
Essa brisa soprando suave e morna;
Sonho nos teus braços num entrelace!
Sobem sombras que a noite preludia
Deita a tarde gélida quase morta
Roubando-te de mim por mais um dia!
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Bela interação do mestre dos Sonetos, Solano Brum. Obrigada.
A LONGA ESPERA
Solano Brum
As horas seguem e as sinto da janela
Enquanto o dia finda, languidamente...
A luz, de dourada se torna amarela
Depois, uma cor rosada predominante...
E sol se põe incandescente,
Levando a tarde que me parecera bela...
Tudo é tormento...Tudo, diariamente
Porque não tenho a presença dela!
E volto a sonhar com sua aparição,
E continuo sonhando, acordado
Nessa minha alcova de solidão!
O vento passa com seus açoites,
Padeço a cada instante, magoado
Porque sofro te esperando todas as noites!