Amor Profano
O amor, que me deu, tão pouco
Já fez falta, mas me é banal
Fez-me são, na ânsia de ser louco
Fez-me louco, de forma racional
E na loucura, da vontade incontrolavel
Fiz-me, tão puro, quanto qualquer arcanjo
Fez-me insano, de forma imensurável
Sem as verdades que proveriam de um anjo
Mas como a arvore que seca no outono
Fiz-me forte pássaro, definhando
Em meu ninho, que construí em frágeis galhos
Do amor, que ainda segue me embalando
Fez-me de meu próprio caminho, andar profano
Por não haver, para a felicidade, atalhos.