TRILHA DE SONETOS CVI - DIÁLOGO COM ROBERTO CARLOS

🎵🎶*OUTRA VEZ*🎵🎶

(Roberto Carlos)

Você foi o maior dos meus casos

De todos os abraços

O que eu nunca esqueci

Você foi, dos amores que eu tive

O mais complicado e o mais simples pra mim

Você foi o melhor dos meus erros

A mais estranha história

Que alguém já escreveu

E é por essas e outras

Que a minha saudade faz lembrar

De tudo outra vez....

Você foi

A mentira sincera

Brincadeira mais séria que me aconteceu

Você foi

O caso mais antigo

O amor mais amigo que me apareceu

Das lembranças que eu trago na vida

Você é a saudade que eu gosto de ter

Só assim sinto você bem perto de mim

Outra vez

Esqueci de tentar te esquecer

Resolvi te querer por querer

Decidi te lembrar quantas vezes eu tenha vontade

Sem nada perder

Você foi

Toda a felicidade

Você foi a maldade que só me fez bem

Você foi

O melhor dos meus planos

E o maior dos enganos que eu pude fazer

Das lembranças que eu trago na vida

Você é a saudade que eu gosto de ter

Só assim sinto você bem perto de mim

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*AMOR SEM VIDA*

Os risos e as tristezas existentes

Serão por mim lembrados, com certeza,

Pois sei que só tentaste impôr grandeza

Nos dias que vivi com teus "oxentes"!!!

Senti os vendavais nos beijos quentes,

E o gosto genuíno da aspereza,

Mas, mesmo assim, prossigo na incerteza,

Vivendo simplesmente meus presentes.

E a cada dia fica mais distante

Os traços de um passado - teu semblante -

Que nunca desbotou de mim, querida.

Tu foste minha luz e minha treva!

O fruto proibido, a infértil Eva

Que fez fertilizar o amor sem vida.

Douglas Alfonso

*CONTRADIÇÕES*

Recordo o nosso amor, dos mais bonitos,

sincero, prazeroso e apaixonado,

porém contraditório, complicado,

entre emoções, desejos... e conflitos.

Relembro os juramentos, todos ditos

à luz do benquerer e declarado

nos versos de um poema dedicado

aos nossos corações florais e aflitos.

Contradições marcaram nossa história,

mas nada apaga, em mim, o sentimento

do amor intenso e vivo na memória,

que nem o tempo, contumaz, desfez

reacendendo em mim o excitamento

e a sede de te amar mais uma vez!

Aila Brito

*CANTO AMERICANO*

O amor, em carta aberta na canção

Imortaliza o "rei", o seu talento

E a chama de um possante coração

Que está no verso de arrebatamento.

O mesmo amor, constante no refrão,

Ecoa de um pretérito sedento

E, eterno, faz do Tempo a sagração

Que encanta o mundo e cura o sofrimento.

Cantada e declarada, a nostalgia

Revela-se o condão da poesia

Na música que expressa o ser humano

Amando e sendo amado em noite fria,

Movido de tristeza e de alegria,

Na verve do cantor americano.

Ricardo Camacho

*AMOR ESTRANHO*

Ainda sinto aquele amor estranho,

prosaico, inusitado, mas perfeito;

simplicidade e fúria em nosso leito,

entre a saudade e a dor, o gozo e o ganho.

Ainda sinto aquele amor de antanho

e de esquecê-lo nunca achei um jeito,

um erro que me fez a ti afeito,

do qual nem me arrependo e nem me acanho.

Foste a felicidade dos enganos,

o agrado aos meus desejos levianos,

a fantasia em vestes de verdades.

E agora desisti de te esquecer,

o tempo não me oferta tal poder...

O estranho amor resiste nas saudades!

Geisa Alves

*NA SAUDADE*

Revivo, na saudade, o nosso amor

simples e complicado, estranha história

que enraizou, teimosa, na memória

e que jamais perdeu o seu vigor.

Abraço inesquecível, portador

dos planos, dos enganos, da notória

paixão vivida em nossa trajetória

com erros, com acertos, sem temor.

Saudade que se aninha na lembrança

de todas as loucuras que vivemos,

que pulsa fortemente e não descansa.

Lembrança que me faz puxar os remos,

em busca do que a vista não alcança,

pois, na saudade, juntos ficaremos!

Luciano Dídimo

*COM VOCÊ…*

Foi com você que ungi um terno sonho…

bordei, à moda bardo, a melodia;

bani o pesadelo mais medonho,

usando da bandagem-poesia!

Foi com você que amei (e não me oponho)

da forma que jamais alguém faria;

por certo contemplei um céu risonho,

repleto de estrelinhas-fantasia…

Foi com você… e graças a você…

que agora tenho um singular buquê

de mágicas lembranças: o meu cais…

Nas horas de vazio acinzentado,

escolho ter você, aqui, ao lado,

recuperando o menos, sendo mais…

Elvira Drummond

*ALMAS GÊMEAS*

Quando em ti firmei a vista

Senti algo por inteiro

Um amor tão verdadeiro

Só me restando a conquista.

Uma voz disse: persista,

Vá em frente, meu guerreiro!

Então fui lá no terreiro

Conquistá-la, sou artista.

Declamei, de forma plena,

Uma trova tão serena,

Que falava de uma flor.

Quando vi brilhar teus olhos,

Deixei o meu mar de escolhos,

Desfrutei do nosso amor.

Douglas Alfonso

*PERENE*

Eu tive tantos casos, dei-me tanto...

Agora é já passada a primavera

E a força da lembrança reverbera

No cerne dos sonetos, quando a canto.

De todos os amores que, no entanto,

Senti na vida e que voltar quisera

Ao tempo do sonhar e da quimera,

É aquele em que tu foste o meu encanto.

Somente tu persistes no meu sonho,

Nos versos que, por ti, também, componho,

E que desejo em meu viver incerto.

Tu és a Estrela Dalva em noite escura,

A nostalgia sem remédio, cura,

Oásis de saudade em meu deserto.

Edir Pina de Barros

*PRESENÇA AUSENTE*

Amei-te com o elã de infinda primavera,

desmesuradamente e sempre e muito e tanto.

Colhi a rubra flor, sorvi o ardente encanto

de um beijo teu que ainda existe e reverbera.

Amei-te feito fada e amei-te feito fera

em dias de doçura ou dias de quebranto,

mas a lembrança audaz que nestes versos canto

é tudo que restou do amor que em mim coubera.

Passou a primavera, a flor emurcheceu;

o dia fez-se em noite, a noite fez-se em breu,

mas tu prevaleceste em meu viver andejo.

És a razão de ser das minhas nostalgias,

o meu poema vivo em minhas horas frias,

és a presença ausente em meu tenaz desejo!

Geisa Alves

*O NOSSO CASO...*

O nosso caso, em crise, foi desfeito,

ainda assim preservo o sentimento

de amor eterno... e se esquecer eu tento,

mais a lembrança vem e inunda o peito.

Memoro o nosso enlace, o nosso leito...

o teu olhar no meu e o doce intento

de eternizar a essência do momento,

agora, na lembrança, já sem jeito.

Um caso proibido, complicado,

mas espontâneo, lícito e abrasado

na chama de um amor que não tem fim...

Amor tão reprimido no desejo

de reatar os laços e, no ensejo,

ouvir de ti o planejado sim!

Aila Brito

*RECORDAÇÕES*

Observo as nossas fotos sem cansaço...

não quero dizimar os sentimentos,

pois deste amor eu nunca me desfaço

e tenho numerosos argumentos.

Como esquecer os nossos juramentos?

Recordações que vêm, a cada passo...

Como viver os tristes firmamentos

que brotam num eterno descompasso?

Prossigo... a mente nunca se desvia,

e em cada madrugada que se abeira,

eu sinto que a saudade é companheira!

Eu quero mergulhar na nostalgia,

seja em qualquer lugar, por onde for,

jamais esquecerei do nosso amor!

Janete Sales Dany

*OUTRA VEZ*

Foi como um sonho, agora no passado,

O nosso tempo colorido, incrível,

De amor pulsante, enquanto, lado a lado,

Vivemos uma fase indescritível.

Os nossos corações num mesmo estado,

Nos dias de pretérito invencível,

Voavam sob a luz de um céu dourado,

Numa felicidade indefinível.

Ficaram vivos, no oceano enorme,

Os eternais momentos e, conforme

Relembro, mais ainda sinto a falta

Daquele abraço envolto ao beijo quente

E do teu corpo, aqui, no meu presente,

Na melodia de "Outra Vez", bem alta!

Ricardo Camacho

*A FASE OCULTA*

Aquele amor, discreto, que escondia

Fogachos juvenis da puberdade...

Mal visto aos olhos da sociedade,

Perfez o que melhor em nós havia.

Silencioso amor em nós ardia

Nas salas dos cinemas da cidade,

Mas por, ainda, lhe faltar a idade

O zelo da família proibia.

Sublime amor! Em tudo diferente...

Jamais esquecerei o púbis quente

E aquele encanto pondo-me à mercê

De cálidos afagos na penumbra...

Tamanha sensação ainda alumbra

O que na minha vida foi você.

José Rodrigues Filho

*AMANTES EM CONFLITO*

Reviro nossa história e, nesta andança,

encontro a intensidade dos extremos,

da angústia nas procelas que vivemos

ao regozijo pleno da bonança.

Meu pensamento errante ainda alçança

o paladar dos beijos que, supremos,

levaram ao deleite e, assim, pudemos

extravasar ardume e intemperança.

Um pouco mais de sonho me permito,

revejo dois amantes em conflito

e ao mesmo tempo unidos na quimera.

Quando a saudade chama as agonias,

resgato as emoções daqueles dias

e o devaneio sempre refrigera...

Jerson Brito