Amazônia Escondida

Eu moro nas palafitas à beira do rio

Ouço o cantar dos pássaros e do vento o frio

Tem peixes e peixes no meu quintal

Mesmo assim passo fome, coisa normal

A madeira não é de lei, o tempo apodrece

Assim como a vida, aqui, rápido perece

Meu transporte é barco e canoa

Se não naufragar, a vida é boa

Tem poraquê, cobra e cupim

Jacaré, perema marreca e socó

Todos vivem ao redor de mim

As águas estão sempre viajando

Trazendo garrafas e lembranças de Codó

Em meio a pobreza, rico vê sabiá cantando