ANIMÁLCULOS

ANIMÁLCULOS

A pequenez moral sequer carece

De pôr lentes de aumento por ser vista.

Bastam olhos a ver como o egoísta

Com sua própria sombra se parece.

Entre vidas minúsculas, floresce

Essa maldade vã pela conquista,

Que s’exibe com ares de arrivista

Orgulhoso de quanto desconhece.

Só por meio de planos desonestos

Vai, sociopatamente, ser no mundo

Este germe em tragédias tão fecundo.

Pois, como animaizinhos inquietos

Pululam aos zilhões — com tal perigo —

Parasita ele quem lhes der abrigo.

Betim - 04 06 2023