Soneto de um errante (II)
Soneto de um errante (II)
São José, SC, 02/06/2023.
Um dia, eu, um ser humano,
achando-me sabido das ciências
acabei alienado em demências
sem nem desconfiar que ainda sou mundano.
Descontente com a face realista
com que Deus, em Sua bondade, me presenteara,
desenhei para mim uma máscara com frágil vara
pensando ser a obra de um melhor artista.
Esqueci de minhas origens, ao próprio umbigo
dediquei tempo e talento, achando certo
isolar-me em falsos templos e esquecer do Amigo
que me deu um dia o que sempre quis por perto:
irmãos, a mãe, o pai (que já partira um dia)
e tanta gente feita à Sua imagem e sabedoria.