A janela
Havia tanta vida lá atrás da janela,
Sonhos que foram tolhidos fortuitamente,
Encerrados pela rígida e velha cancela,
Jamais retornam a paz calma reinante.
O tempo passa, marca o compasso das eras,
A rua fria já sem nenhuma vida que pulsa,
É um ciclo a encerrar sem a mínima espera,
No passado frio e sombrio a alma reclusa.
O pensamento que vaga pelo limbo à toa,
Preso nas linhas de um vicejar que destoa,
Em ideias fulgurantes onde a forma escoa.
E a saudosa janela de frente para a rua,
Emoldura os sonhos e a bela noite de lua,
Esconde uma realidade recôndita e crua.