A minha ausência
Passei o sono. Em cínico langor,
Há o erro, realmente, que ainda me perdoes...
Ninguém sabes que eu nunca te magoes,
Sofri deveras, pensas mais que é pior.
- É a emulação tristíssima do amor,
A mágoa e o dissabor, que amaldiçoes,
Com o teu ser mais vil... Sem que afeiçoes,
Tenho o meu sentimento estendedor.
Também serei perdido e amortalhado,
Que hei de ficar no lodo abandonado,
Eis-me entre a ânsia larval à atra escarlate.
Caem-me de leito pútrido ao bramir,
Fui asfixiar-me à dor em redimir
Sem paixão... Só que nunca mais me trate...
Lucas Munhoz
(30/05/2023)