Noite de maio
Banhada pelo luar,
na noite fria de maio,
parece a torre escutar
o gemido em que me esvaio.
Morro e vivo num desmaio,
na louca sede de amar;
nos vãos do prazer que ensaio
insta o vazio invulgar.
Nos altos do campanário,
onde a lua beija o sonho,
elevo o olhar ao cruzeiro
e num verso imaginário,
ébrio de dor, recomponho
o gozo do amor primeiro.
Foto: arquivo pessoal