Louvor
Eu colho a rosa branca, o riso e o tento
nas horas revestidas pelo apuro,
e ainda que sobeje a dor, seguro
nas mãos de Deus e a sorte não lamento.
Não sobra, ao verso, o ensejo de um lamento,
(em minha pouca fé está seguro),
mas vive no vigor audaz que apuro
na viva inspiração que em ânsias tento.
Em todo tempo e espaço, em todo canto,
na estreita fresta, no árduo e justo vão,
à vida que me habita louvo e canto.
Venço o amargor dos ais que à frente vão,
cheia de audácia exprimo alegre canto:
não há, em mim, nenhum poema vão!
Soneto com rimas homônimas
Foto: Arquivo pessoal