Dâmocles

Um anjo mau (ou sei eu quem) dependurou

Precária e perigosa – a um tênue fio atada –

Sobre minha cabeça uma estranha espada

Que só o diabo (ou, então, sei eu quem…!) forjou.

A infância escorreu – a juventude voou –

E segue ao tênue fio tenuemente amarrada

Esta estranha, infausta – tão pesada – espada

Que estranha, infausta mão dependurou

Sobre meu cansado crânio. A balouçar

Suspensa no ar, qual um pêndulo, ameaça

Cair – mas, quando? Não sei adivinhar:

A cada dia, mês, semana, ano que passa

Vejo, porém, mais e mais se aproximar

De meu pesado crânio a espada da DESGRAÇA…

Galaktion Eshmakishvili
Enviado por Galaktion Eshmakishvili em 29/05/2023
Código do texto: T7800083
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