Dâmocles
Um anjo mau (ou sei eu quem) dependurou
Precária e perigosa – a um tênue fio atada –
Sobre minha cabeça uma estranha espada
Que só o diabo (ou, então, sei eu quem…!) forjou.
A infância escorreu – a juventude voou –
E segue ao tênue fio tenuemente amarrada
Esta estranha, infausta – tão pesada – espada
Que estranha, infausta mão dependurou
Sobre meu cansado crânio. A balouçar
Suspensa no ar, qual um pêndulo, ameaça
Cair – mas, quando? Não sei adivinhar:
A cada dia, mês, semana, ano que passa
Vejo, porém, mais e mais se aproximar
De meu pesado crânio a espada da DESGRAÇA…