CORPO ESTRANHO...
É crônica a febre que se instala,
Provocando os velhos delírios,
E, nele todo, vai e se espalha,
No meu sangue faz um rio.
Nas veias minha voz em pio,
O silêncio e as suas tralhas,
Navalha que me dá o fio,
Quando na alma crava.
A pele, mapa dos calafrios,
Entre as marcas dos desafios,
Apresentado o que mais maltrata.
O teu ato, tato arredio,
Embora sabendo sê-lo vazio,
Ainda assim, sempre me faz falta.