Virtude Solitária - (Ciclo II)

Minh’alma é como um vasto calabouço

De todas as idades que carrego.

Eu creio de manhã, de noite eu nego;

Às vezes, muito falo; às vezes, ouço.

Sentindo-me cansado, levo ao bolso

As mãos ensanguentadas pelo prego.

Meus castos sonhos ao destino entrego...

Acendo desta palha e eu mesmo bouço.

Meus livros! Meus eternos companheiros

Nos mares tumultuosos; marinheiros

Nos áridos desertos sempre rudes.

Minh’alma sempre só! Sempre sozinha!

Sem onde repousar a pobrezinha...

— Estátua de terríficas virtudes!