Dez de novembro
DEZ DE NOVEMBRO
Oh, noite de Visões! Oh, Vórtices fatais,
Soluços e soluços entre as orações...
Vagas vidências — místicas revelações,
Satânico sonambulismo tão voraz...
Oh, Selo cancerígeno da negra Paz,
Arcano-mor dos mais incestuosos dons...
Oráculo encarnado em véus de convulsões
Que surge com três rubros olhos canibais...
... E não há nada que exorcize o teu nefando
Presságio que vem vindo, em névoas de má sorte,
Como uma atroz sentença a mim se aproximando...
E não há nada que alivie ou me conforte
Do sacrossanto Salmo a mim se revelando...:
“Dez de novembro — o dia, enfim, de tua morte!”
Tomás Santos
O DEZ DE NOVEMBRO
Oh, dia de doce visões
Do alto anjos celestiais
Em cantos e em orações
Zela pelo teu sono batismais.....
Do nascimento, a alegria
Embala a vida que jamais
Nutre um só dia de agonia
Olhos de Deus, vida em paz.....
Vens para o seio da família
E tornas-se o complemento
Mãe e pai, vida nova, novo alento....
Basta a vida que nasce
Revelando que voce merece
O momento presente. e agradece.........
Angelica Gouvea