Soneto à minha Mãe

Eu ainda sou criança. Um menino.

Não faz lá muito tempo, entrei pra vida.

Contudo, nada temo do destino,

que do seu reino oculto me convida.

Começa o dia, e um beijo matutino

adoça a minha face agradecida.

À tarde, eu ouço “Aqui, meu pequenino,

que a noite logo vem. Não tem saída.”

Foi minha mãe, no enlevo da cantiga,

que vem me amamentado na ternura,

que me ensinou a andar, pé ante pé.

Foi ela que me trouxe na barriga,

na força da mulher, formosa e pura,

num misto de cuidado, amor e fé.

Marcio Galvão
Enviado por Marcio Galvão em 14/05/2023
Código do texto: T7788075
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