Soneto à minha Mãe
Eu ainda sou criança. Um menino.
Não faz lá muito tempo, entrei pra vida.
Contudo, nada temo do destino,
que do seu reino oculto me convida.
Começa o dia, e um beijo matutino
adoça a minha face agradecida.
À tarde, eu ouço “Aqui, meu pequenino,
que a noite logo vem. Não tem saída.”
Foi minha mãe, no enlevo da cantiga,
que vem me amamentado na ternura,
que me ensinou a andar, pé ante pé.
Foi ela que me trouxe na barriga,
na força da mulher, formosa e pura,
num misto de cuidado, amor e fé.