DA MESMA BOCA...
Um beijo diz mais que mil palavras,
Com os fundamentos nada sutis,
Mais afiado que qualquer espada,
Fazendo esgrimir as línguas servis.
Nos aprisiona, nos morde e ladra,
E ao mesmo tempo somem hostis,
É quando a mesma boca maltrata,
A quem anteriormente lhe fez feliz.
Início, meio e fim, mesma estrada,
Se sente, se descobre e se estraga,
E depois a pergunta: O que eu fiz?
Em frente a boca que agora se cala,
Enfrenta-se a saudade que se escala,
E enforma os dolorosos delírios febris.