Soterrado

Às vezes tenho em pranto a face inteira.

Zerada está minha vida tristonha.

Nem mesmo minha vida financeira

Se escapa desta lástima enfadonha.

Já não sorrio o riso de quem sonha

E amargo o dissabor da ribanceira.

Feito o sábio que a tudo se suponha

Eu penso e filosofo da ladeira...

Já nem o azul me alegra por momento.

O Sol não me bronzeia o pensamento

E eu calo o horizonte num só grito...

A existência é um dilema para mim

— Uma crença de mentiras sem fim —

Perpetuada nas chagas do infinito...

22 de fevereiro de 2023.

Fabio Los Santos
Enviado por Fabio Los Santos em 13/05/2023
Código do texto: T7787666
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