Soterrado
Às vezes tenho em pranto a face inteira.
Zerada está minha vida tristonha.
Nem mesmo minha vida financeira
Se escapa desta lástima enfadonha.
Já não sorrio o riso de quem sonha
E amargo o dissabor da ribanceira.
Feito o sábio que a tudo se suponha
Eu penso e filosofo da ladeira...
Já nem o azul me alegra por momento.
O Sol não me bronzeia o pensamento
E eu calo o horizonte num só grito...
A existência é um dilema para mim
— Uma crença de mentiras sem fim —
Perpetuada nas chagas do infinito...
22 de fevereiro de 2023.