Estoicismo

Morreu o verso às margens de um anseio,

junto à desilusão jamais escrita,

no entanto, a poesia que eu anseio

ainda encanta o céu da minha escrita.

 

Se mora junto ao íntimo, no seio,

a campa triste e fria da desdita,

resiste dentro em mim o amor e sei-o

estoico em frente à farsa não desdita.

 

Ainda que haja o caos, suspiro e cedo

ao sonho que nasceu no instante cedo,

sobrepujando o medo em que desmaio.

 

Cultivo rosas; mesmo morto o verso,

eu vivo nas palavras com que verso...

A morte não me passa de um desmaio!

 

Soneto alexandrino com rimas homônimas.

 

Foto: Canva

 

Geisa Alves
Enviado por Geisa Alves em 09/05/2023
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