Estoicismo
Morreu o verso às margens de um anseio,
junto à desilusão jamais escrita,
no entanto, a poesia que eu anseio
ainda encanta o céu da minha escrita.
Se mora junto ao íntimo, no seio,
a campa triste e fria da desdita,
resiste dentro em mim o amor e sei-o
estoico em frente à farsa não desdita.
Ainda que haja o caos, suspiro e cedo
ao sonho que nasceu no instante cedo,
sobrepujando o medo em que desmaio.
Cultivo rosas; mesmo morto o verso,
eu vivo nas palavras com que verso...
A morte não me passa de um desmaio!
Soneto alexandrino com rimas homônimas.
Foto: Canva