SONHO TRISTE
Mauro Pereira
Ví-a por entre arbustos. Uma figura
Que, à distância, imóvel, mais diria
Tratar-se a visão, de uma escultura,
Pois nem com a brisa, o veu dela, mexia.
Em u'a mão, um lenço ela segura.
Na outra, uma flor, ela trazia.
Parece, estancava a amargura,
dos olhos afogados, que vertia.
Silenciosamente ela se esvai!
Nem um soluço escapa. Nem um ai !
Nem mesmo a luz, se dela emanasse
Minha presença a fez esfumaçar-se,
levando o lenço, a flor, a imagem pura,
de um ser com quê vivi uma ventura.
Brasíia, 16//03;/2023
( Im memoriam)