Plebeu
Em teus mimosos olhos de brandura,
Dois lagos de águas doces e tranquilas...
Nas graças orbitais dessas pupilas,
Eu mergulhei minh'alma triste e impura...
Se Deus criou-te assim de formosura
E perfumou-te a pele em camomilas,
Que sonhos deves ter quando cochilas!...
Mil anjos que te beijem com candura!...
E eu, que tanto aprecio o belo e a arte,
Já vago tão perdido de sonhar-te,
Caminho dentre nuvens nesse apreço...
Mas quanto mais nos altos vou sonhando,
Mais distante de mim eu vou ficando,
Mais claramente sei que não mereço!...