O espírito do sábio
A Lua desponta. Com ela me levanto,
Outra vez mais sujeito à minha maldição –
Arrastar sem rumo, em eterna punição,
O negro, triste instrumento de meu pranto.
Vede? É meu crânio. Tanto ele pesa… Tanto…
A sede de saber foi minha maldição,
E sem repouso ou trégua minha punição
Foi trazê-lo (negro instrumento de meu pranto!)
Sobre meu pobre pescoço, enfastiado,
Ainda a refletir – cismar – interrogar
Mesmo após ao pó meu corpo ter entregado –
E sigo, alma errabunda a vagar,
Meu eternal descanso no Além negado
Pois nem mesmo morto cesso de PENSAR!