O PROFUNDO E A ESCURIDÃO
Pensando nas mazelas do mundo,
Eu percebo só sofrimento desde a sua origem.
E na contemplação do profundo,
Posso sentir uma implacável vertigem.
No mar, no céu noturno e no abismo
Paira o mistério, o ignoto, o sobrenatural...
Mas no coração do mundo cresce o niilismo
Que o cega de uma maneira brutal.
A desolação de nossa civilização
Suprime o inaudito da alma e do coração.
Ela inspira a ausência do significado da existência.
Mas é na contemplação da fragilidade da vida
Que posso me compadecer da dor sentida
Dos seres em meio a sua evanescência.