Dor de amor
A dor que me corrói… oh, dor imensa!
Companheira em lamentos e prazeres.
Confidente de desprezados seres.
Em minha vida, a única recompensa.
Não há em que temê-la, por mais intensa.
Se é nela onde se escondem os quereres
que da ilusão, torpes e vis congêneres,
enquanto a solidão marca presença.
Oh… dor querida, leal sentinela,
por minhas veias, sua Compostela,
peregrinando em nobre penitência.
Jamais ao amor, capricho dos covardes.
Mas sim à dor, que em todo meu corpo arde.
É que me dobro em justa reverência.