Outono

A cada folha que rui neste outono,

é restante de um choro de emoção,

é garoa que transborda do coração,

do pesar sofrido de teu abandono.

Sentindo sua benevolência sem dono,

atravesso o jardim com flores ao chão,

arvoredos rútilos e dourados, em vão,

lamentam com este hino que entono.

Viver, sem ter um jardim lavrado em cor,

deu-se a minha cravada sina, desde menina,

onde só percorri as estradas trajadas de dor.

Nesta hora, almejo em mim o teu calor...

e poder dançar como elegante bailarina,

pelos jardins olentes, recheados de amor.

Samira Vilaça Araújo
Enviado por Samira Vilaça Araújo em 03/05/2023
Código do texto: T7778972
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