Outono
A cada folha que rui neste outono,
é restante de um choro de emoção,
é garoa que transborda do coração,
do pesar sofrido de teu abandono.
Sentindo sua benevolência sem dono,
atravesso o jardim com flores ao chão,
arvoredos rútilos e dourados, em vão,
lamentam com este hino que entono.
Viver, sem ter um jardim lavrado em cor,
deu-se a minha cravada sina, desde menina,
onde só percorri as estradas trajadas de dor.
Nesta hora, almejo em mim o teu calor...
e poder dançar como elegante bailarina,
pelos jardins olentes, recheados de amor.